A neuroarquitetura estuda como o ambiente construído pode impactar na nossa saúde e bem-estar.
Dessa forma, o conceito de neuroarquitetura quando colocado em prática tem a capacidade de auxiliar na criação de projetos estratégicos que influenciam positivamente no comportamento das pessoas. Não é à toa que muitas empresas passaram a aderir ao uso da neuroarquitetura em seus escritórios, visto que a aplicação deste conceito favorece muito a integração, a colaboração e a produtividade de todos os funcionários.
O que é neuroarquitetura?
Neuroarquitetura é a ciência que estuda os impactos do ambiente nas pessoas. Isso porque, a composição dos ambientes tem a capacidade de impactar diretamente nossa rotina, de forma a motivar ou desestimular nossa presença no local.
Logo, uma vez aplicada a neuroarquitetura e por meio da combinação de materiais, texturas, cores, iluminação, sons, plantas, dentre outros fatores é possível criar ambientes inteligentes que influenciam positivamente no comportamento das pessoas, proporcionando maior facilidade de concentração, motivação, relaxamento e assim por diante... conversando com seu objetivo ao projetar o espaço.
Como surgiu a neuroarquitetura?
O termo neuroarquitetura surgiu a partir de pesquisas e descobertas de dois grandes profissionais, o neurocientista Fred Gage e o arquiteto John Paul Eberhard, que juntos foram capazes de atestar que os ambientes possuem poder de transformar certas capacidades e sensações cognitivas do cérebro humano.
Segundo Gage – As mudanças no entorno mudam o cérebro e, portanto, modificam o nosso comportamento.
Com o passar dos anos, inúmeras obras de neuroarquitetura e livros foram sendo criados. Como é o caso do livro ‘Neuroeducação: Só é possível aprender aquilo que se ama’, escrito por Francisco Mora e lançado em 2010. Na obra, por meio de dados que traz a ciência, ele procura analisar como o cérebro interage com o meio que o rodeia no momento da aprendizagem.
Francisco Mora descreve, por exemplo, os motivos que afirmam que ensinar os estudantes em salas de aula amplas, com grandes janelas e luz natural é melhor e produz mais rendimento que o ensino transmitido em salas apertadas e pobremente iluminadas.
Com relação a neuroarquitetura curso é possível também encontrar diversos espaços acadêmicos que oferecem aulas profissionalizantes que abordam essa temática, incluindo até os cursos pós-graduação.
Confira agora 5 maneiras de aplicar a neuroarquitetura no projeto corporativo:
1. Crie ambientes de descompressão
Nos últimos anos, inúmeros projetos corporativos passaram a aderir ao uso da neuroarquitetura e, por sua vez, passaram a construção de espaços denominados como ambientes de descompressão. Isso porque, estes espaços exercem influências diretas no comportamento dos colaboradores, já que eles se sentem mais descontraídos e passam a enxergar a empresa com uma perspectiva mais positiva, resultando em um maior engajamento e sensação de pertencimento de um time.
2. Intensifique os espaços verdes
Além de estimular o relaxamento e o bem-estar, a presença das plantas nos espaços internos do ambiente corporativo, elas aproximam as pessoas da natureza. Não é por menos que o uso de plantas é um dos pilares da neuroarquitetura e nós falamos bastante sobre esse conceito no post "biofilia". Jardim vertical natural, vasos suspensos e de chão, floreiras e cachepôs personalizados com frases motivacionais são algumas das ideias criativas que podem ser adotadas pela empresa.
3. Valorize áreas com iluminação natural
A neuroarquitetura valoriza áreas com entrada de luz natural, pois além dela estar associada a vantagens positivas sobre o ciclo fisiológico e psicológico das pessoas, ela também ajuda na economia de energia elétrica. Na prática procure posicionar mesas e demais móveis do escritório próximos a janelas amplas e, caso o projeto de construção ainda esteja em andamento, incentive a criação de claraboias e aberturas horizontais nas salas corporativas.
4. Use a paleta de cores a seu favor
As cores certamente são responsáveis por transformar a atmosfera de um ambiente, uma vez que elas têm a capacidade de intensificar emoções e ações nas pessoas. No escritório a psicologia das cores quando usada de forma inteligente também pode ajudar na produtividade dos funcionários, ou seja, o ambiente corporativo não precisa ter uma cor única nas paredes.
Na prática, procure aliar a neuroarquitetura e o círculo cromático para delimitar áreas específicas do ambiente corporativo. Abaixo separamos algumas cores e os efeitos e sensações que despertam nas pessoas:
• Branco: traz paz e remete a sabedoria, porém seu uso em excesso pode gerar sensação de vazio e tensão, já que é um tom muito usado em hospitais e salas de saúde;
• Amarelo: remete a alegria e criatividade, porém seu uso em excesso pode aumentar a ansiedade;
• Azul: traz calma, harmonia, estabilidade e remete ao tom da tecnologia, não é por menos que é uma cor muito usada em empresas digitais;
• Vermelho: está associado ao batimento cardíaco, por isso traz sensação de agilidade e pulsação. Contudo, seu uso em excesso pode gerar impaciência e irritação.
5. Melhore a acústica do escritório
A neuroarquitetura também se preocupa com a acústica do ambiente a ser projetado. Isso porque, o nível de ruído tem a capacidade de influenciar diretamente na concentração e humor das pessoas.
Neste contexto, escritórios coletivos, recepções e salas de espera, os níveis podem variar entre 45 dB e 50 dB, pois quantidades acima desses níveis podem resultar em alterações de humor e irritabilidade.
Espero que tenha gostado do conteúdo!
Até a próxima, abraços, Richeli.
Texto adaptado de Natalia Inson.
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