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Foto do escritorMister Wood Factory

Madeiras Brasileiras

A variedade é imensa, assim como seu valor natural e comercial, conheça algumas espécies de madeiras brasileiras usadas na marcenaria.



A primeira coisa que os colonizadores admiraram no Brasil foi a exuberância da natureza. A imensidão das florestas foi (e ainda é) tão significativa para o nosso país que somos um dos raros casos de nação cujo nome vem de uma árvore — e esse é só um exemplo da importância das madeiras brasileiras para a história e desenvolvimento do país.

Contudo, o alto consumo dessas madeiras fez com que muitas delas fossem incluídas em listas de proteção ambiental.

Isso não significa que o seu uso comercial não acontece mais. Ainda é possível usá-las, desde que com responsabilidade.

Sendo assim, vamos conhecer um pouco das principais características das madeiras brasileiras mais famosas?


1. Goiabão

De nome científico Eugenia Leitonii, o “Goiabão” também é conhecido como “Araçá-piranga” é uma das plantas nativas da mata-atlântica, um dos biomas mais devastados do Brasil. Trata-se de uma planta frutífera que pode ser encontrada da Bahia até o estado do Paraná, sempre próxima ao litoral.

Essa árvore chega a até 14 metros e fornece uma das madeiras brasileiras mais cobiçadas para mobiliário de luxo.



Trata-se de uma planta que tem o cerne (parte mais interna) e o alburno indistintos. O tom da madeira é mais amarelado. Tem brilho moderado e textura média.

Além da produção de móveis, essa árvore também é usada em assoalhos e peças de decoração.





2. Ipê

Talvez, os ipês estejam para o Brasil como as cerejeiras estão para o Japão. Todos os anos, essa planta colore as cidades brasileiras de amarelo ou rosa.


O nome científico do ipê é Tabebuia. Nativa do Brasil, essa árvore pode ser encontrada naturalmente do Maranhão até o Rio Grande do Sul.

Entre as madeiras brasileiras, o ipê se destaca pela resistência. Não por acaso, no passado, essa árvore foi usada até na confecção de carroças.

Seu uso na construção também é comum, principalmente em assoalhos. O alburno do ipê é amarelado e o seu cerne tende a ser mais esverdeado.


3. Jatobá

Entre as madeiras brasileiras, o Jatobá é outro exemplo de árvore completa, que oferece tanto madeira quanto frutos. Dos seus frutos, é possível fazer uma farinha nutritiva muito apreciada em cidades do Norte e Nordeste.



O nome científico do Jatobá é Hymenaea sp. Essa árvore pode chegar a até 40 metros de altura e seu tronco chega a até um metro de diâmetro. Assim como outras madeiras, tem crescimento lento, o que é fundamental para a sua qualidade, mas dificulta o uso comercial em grande escala.

As tábuas do Jatobá tendem mais ao avermelhado. Alburno e cerne têm tons e aparências distintas.

O Jatobá é muito usado na produção de móveis de alto-padrão e na construção civil, para vigas estruturais, tábuas e assoalho — embora esse uso seja raro atualmente.


4. Marupá


Também conhecida como Caixeta, o nome científico dessa árvore é Simarouba Amara. Ela é nativa do Norte e do Centro-Oeste, podendo chegar a até 25 metros de altura.

Entre as madeiras brasileiras, a Marupá se destaca pelo tom amarelo claro. Não há diferenças visíveis entre o cerne e alburno. É considerada uma madeira fácil para se trabalhar, que pode ser usinada, desde que se use ferramentas afiadas e alta velocidade.

Seu uso mais comum é na produção de móveis de alto-padrão e na construção civil, como em assoalhos e forros.


5. Pau-marfim

Essa árvore é mais comum no Sul do Brasil, mas também ocorre no Sudeste. Seu nome científico é

. A coloração dessa madeira é mais clara, pendendo para o amarelo. Seu cerne não se destaca.

Trata-se de outro exemplo da nossa lista de madeiras brasileiras que são comuns no mercado de móveis de luxo, devido às suas qualidades e por serem fáceis para trabalhar.

O pau-marfim pode chegar a até 35 metros de altura, e seu tronco chega a até um metro.


Como ter acesso a essas madeiras brasileiras?

A comercialização dessa e de outras madeiras brasileiras consideradas nobres é possível, desde que a extração tenha sido feita com autorização de órgãos ambientais, como o Ibama.

Um dos documentos exigidos na comprovação desse processo é o Documento de Origem Florestal (DOF).

Existem empresas que se dedicam a plantar essas árvores para uso comercial. Nesse caso, a exploração pode dar origem a uma madeira certificada, ou seja, uma madeira cuja produção ateste que não houve crime ambiental em seu manejo.

No caso da marcenaria, uma possibilidade para ter acesso facilitado a essas madeiras brasileiras é reutilizando móveis antigos, tornando peças consideradas obsoletas em novos produtos.

Antigamente, era comum que os mobiliários fossem feitos de madeiras nobres. Contudo, o alto consumo dessas madeiras e a demora para novas árvores crescerem impediram o uso comercial em larga escala. Infelizmente, muitas dessas plantas se encontram em risco de extinção, como o Goiabão.

Existem dezenas de estudos que propõem o manejo adequado para várias dessas madeiras brasileiras, com o objetivo não só de preservá-las, mas de criar possibilidades para seu uso comercial.

No entanto, isso ainda não é tão comum, o que torna essas madeiras mais propensas para um mercado de luxo, disposto a pagar caro por elas.


Até o próximo post! Abraços, Richeli Mazotti

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